Mercado de notícias está movimentado

09:48 NETBLOG 0 Comentarios




Ventos sopram a favor do mercado de notícias

Os últimos anos não foram de muitas razões para que o mercado global de notícias comemorasse. Recentemente, porém, algumas movimentações relevantes estão trazendo esperança às empresas de mídia em todo o mundo. Na semana passada, a venda do Financial Times, pela Pearson Group, para o japonês Nikkei por US$ 1,3 bilhão mostrou que existe dinheiro disponível para investimentos em marcas de mídia. Agora, o Pearson negocia a venda de sua participação de 50% na The Economist Group, que entre outros títulos, edita a revista The Economist.
Em uma reportagem especial, nesta quarta-feira 29, o Financial Times mostra exemplos recentes de que o mercado de mídia, seja o chamado tradicional ou digital, está movimentado. A conclusão da reportagem é que existe apetite por parte dos investidores para tais projetos. A Vox Media, por exemplo, dona de sites como Eater, Curbed e Recode, levantou, em 2014, US$ 46,5 milhões com o fundo General Atlantic. A plataforma BuzzFeed recebeu US$ 50 milhões de investimentos da Andreessen Horowitz, empresa de capital privado do Vale do Silício.
Outro fluxo de recursos vem de bilionários como o mexicano Carlos Slim, que dobrou sua participação no The New York Times neste ano para 17% e de Jeff Bezos, fundador da Amazon, que comprou o Washington Post há dois anos por US$ 250 milhões. Desde o fim de maio, o grupo de luxo francês LVMH, dono de marcas como Louis Vuitton e Sephora, está interessado na compra do diário Le Parisien, maior jornal da França em tiragem com 229,6 mil exemplares. Francis Morel, diretor-geral do braço de mídia do LVHM, disse que a publicação é uma marca respeitada e contribuirá para o grupo.
A alemã Axel Springer recentemente investiu US$ 20 milhões na Ozy, uma empresa de notícias para o público da geração milênio, adquirindo 16% de suas ações em uma transação que avalia o grupo em US$ 120 milhões. A relevância do conteúdo baseado em notícia também motivou Apple e Facebook a criarem serviços de notícias recentemente. Em 2015, será a primeira vez que os smartphones responderão por 50% do consumo de notícias no mundo, ante 25% em 2012, de acordo com Ken Doctor, analista da Newsonomics.
A chegada de recursos para essas empresas vai ajudar no processo de modernização e teste de novas plataformas. O Financial Times deve se beneficiar com uma expansão por mercados da Ásia. Já o BuzzFeed, desenvolve negócios internacionais e contratou, recentemente, Janine Gibson, antiga editora do jornal britânico Guardian" nos Estados Unidos, como editora no Reino Unido.

Consumo de notícias está crescendo no Facebook e Twitter

Os tempos em que as redes sociais eram meros lugares para se encontrar amigos, ver fotos ou compartilhar memes engraçadinhos podem estar chegando ao fim. Em busca de maior credibilidade, engajamento e, acima de tudo, monetização, Twitter e Facebook têm feito grandes esforços para que suas plataformas também se tornem sinônimo de informação, em uma estratégia que parece estar dando muito certo para ambas as partes.
Uma pesquisa feita pela consultoria Pew Research Center mostrou que, nos últimos dois anos, um crescimento bastante interessante tem ocorrido no consumo de notícias por meio dos sites. Hoje, Facebook e Twitter estão empatados nesse quesito, com 63% de seus usuários afirmando que os consideram como boas fontes para se manterem informados.
A rede social de Mark Zuckerberg foi a que aumentou mais nesse quesito, saindo de 47% em 2013 para o total atual. Enquanto isso, o Twitter, que desde sempre é reconhecido como um fluxo de informação em tempo real, saiu de 52% para 63%, uma prova de que a estratégia vem dado certo e não apenas mantendo os usuários que faziam isso desde o início, mas também trazendo novas pessoas para esse formato.
Os números, porém, são bem diferentes quando se fala em informação em tempo real. Por causa das características bastante diversas de suas linhas do tempo, o Twitter permaneceu como a rede social preferida dos usuários na hora de obter informações sobre eventos que estão acontecendo em tempo real. 59% dos entrevistados disseram que permanecem na rede social do passarinho para acompanhar atualizações simultâneas dos fatos que lhes interessam.
Enquanto isso, o Facebook aparece com 31% nessa mesma categoria. Isso se deve ao fato de muitas vezes o site não exibir as postagens no exato momento em que elas são realizadas, mas sim trabalhar com um algoritmo que detecta o que pode ser mais interessante para o usuário de acordo com seu histórico de interação e curtidas. É possível configurar a rede para que ela exiba tudo em tempo real, mas, por outro lado, essa não é sua configuração padrão e a característica pode acabar passando despercebida para muita gente.
Os dados apresentados até agora são todos referentes aos jovens e a situação muda completamente quando se fala nos adultos. Entre o pessoal mais velho, o Facebook é dominante – 66% deles utilizam a plataforma, sendo que 41% desse total acredita que ela é uma boa fonte de notícias e informação.
Enquanto isso, no Twitter, esses números são, respectivamente, de 17% e 10%. O caráter efêmero e mais veloz do passarinho pode ser a causa para isso, uma vez que, ao contrário disso, o Facebook traz mais links e informações de contexto. A ideia de uma conexão direta entre familiares e conhecidos também dá a vantagem entre os mais velhos, já que um dado tende a ser encarado como mais confiável quando é compartilhado por alguém estimado.
Aqui, entram principalmente os conteúdos sobre política, com 32% dos usuários do Facebook afirmando que esse é o principal tipo de postagem entre as notícias que escolhem compartilhar na rede. Por outro lado, esse total é de 25% no Twitter, o que explica as inúmeras brigas, discussões e estranhamentos que acontecem mais em uma rede do que na outra.
Apesar disso, um total definitivo é o que deve ser mais trabalhado pelas empresas de tecnologia. 60% dos entrevistados afirmaram que tanto o Twitter quanto o Facebook ainda são vistos como uma forma secundária de se obter informação – ou como um método “menos importante” –, atrás de outros meios mais tradicionais como sites, jornais e televisão. Ainda há um longo caminho a ser seguido e ele envolve não apenas mais engajamento, mas também uma mudança de noção, algo muito mais difícil de se obter.


0 comentários :

Postagem mais recente Página inicial Postagem mais antiga