Saiba a relação entre as mídias sociais e os últimos protestos pelo Brasil todo

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Texto por Pedro Ascar



Até o menos detalhista notaria que a sociedade está diferente hoje de 10 anos atrás. A Internet merece o crédito - ou a culpa, em alguns casos - pela maioria dessas mudanças. As pessoas estão conectadas, elas respiram integração e alimentam-se da difusão de informações. As redes sociais integram pessoas do mundo inteiro, conectam seus gostos, ideais e princípios. Compartilham fotos, vídeos e até críticas. Empresas mudaram sua forma de olhar a Internet e conversar com seus clientes. Os consumidores adotaram uma nova forma de consumir na qual eles mesmos ditam as regras. Um tweet pode virar trending, um post de facebook pode ser massivamente compartilhado e um vídeo de Youtube viralizar. Barulho, muito barulho, essa é a realidade do mundo de hoje.

Apesar das mimizices/chatices que isso pode ocasionar em assuntos fúteis, esse novo comportamento muda o cursor de muitos paradigmas. Desde uma nova cultura de compra, dependente de avaliações e indicações até a mobilização do Brasil inteiro em prol de uma causa justa. Se antigamente os consumidores eram passivos (na maioria das vezes), hoje eles determinam o que assistem, quando assistem, se veem ou não propaganda, participam de forma ativa no processo comunicacional. Se antes eram silenciosos, hoje eles fazem barulho, reclamam e criticam de uma marca até uma injustiça, promovem twitaço, pedem compartilhamento. Se antes eram remotos, hoje eles são conectados e migratórios, estão por dentro de tudo o que acontece e não fazem questão de estar do lado de quem não pensa para e por eles.

No que isso influencia diretamente o mundo? Como há 2 anos com os avatares esverdeados pela liberdade de imprensa (Anistia Internacional) ou pelo protesto dos artistas de efeitos visuais pela valorização do seu trabalho, ou o mundo ficar sabendo da existência do líder do Sudão Joseph Kony que sequestrou 30 mil crianças e usou dos maiores absurdos de brutalidade com seus conterrâneos, sem esquecer da revolução síria possível somente pelo barulho feito no Facebook. O que isso representa? O mundo tem a oportunidade, pela primeira vez, de se sentir ouvido, de perceber que é possível impactar pessoas do país (ou mundo) inteiro em prol de uma causa em comum, que nenhuma mídia ou governo é capaz de reprimir a Internet ou o acesso a essas informações.



É exatamente isso que o Brasil presencia nos últimos dias. O aumento do passe de ônibus foi o estopim para que começasse uma série de protestos e manifestações pelo Brasil todo. Enquanto na mídia se parte do pressuposto de uma "baderna de vândalos" ou os estudantes serem conhecidos por jornais gringos como "bandidos", na internet a realidade é outra. Os engajados fazem sua parte enquanto os que conectados divulgam/compartilham informações verdadeiras sobre a situação. A população entra em contato com o verdadeiro lado dos fatos e a cidade apoia os protestos. Qual a consequência disso? Um governo com falta de credibilidade. E enquanto ela não pensar que agora o Brasil começou a perceber a força das mídias digitais, ela vai continuar prejudicando sua imagem, mostrando nada mais do que uma polícia mal treinada e violenta.


Que agora os homens de terno percebam o quanto antes que a sociedade está sim diferente de 10 anos atrás. Apesar de alguns sangues derramados, os jovens revivem aquela cabeça politizada que foram às ruas para tirar Collor do poder. Por conta das redes sociais, hoje o Brasil se junta e percebe sua força. E é somente o começo de tudo.


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